17.4.14

Rabisco: Qual é o meu lugar?


Sinto como se não precisasse de nada, nem ninguém. Que só precisasse da minha cama, meu cobertor, um bom livro e dormir.

A vontade de viver é inexistente, sinto como não me sentia á anos: esse não é o meu lugar. Lugar, cujo anos acreditei que fosse. Em uma época sentia de todo o meu coração que o problema eram as pessoas, hoje vejo o que sempre foi o problema: eu, somente. Sem inteligência o suficiente, sem nada o suficiente. Talvez eu não tenha um lugar que me pertença – o que seria bem provável. É angustiante sentir como se não pertencesse a este mundo. Costumam dizer que isso acontece na adolescência, acreditei fielmente que essa fase já acabara.

Não entendo bem porque, só não aguento estar todos os dias neste local, sinto como se tivesse uma energia que me quisesse fora daqui. Talvez exista mesmo, nunca sei bem em o que acreditar, afinal, histórias podem ser reais – às vezes. Isso me transporta para a terceira e quarta série, onde acreditava com todas as minhas forças que eu e outras duas amigas éramos fadas que aos dezesseis anos íamos fazer missões para salvar o mundo. Me lembro de um episódio: eu e uma amiga estávamos fugindo das forças malignas e da grande princesa Viúva Negra, em nossas bicicletas, quando virei-me para fugir, despenquei da bicicleta, caindo com a cabeça no asfalto, e eu jurava que tinha isso as “forças malignas” que havia me empurrado, porém, hoje vejo que fora alguma força sim, mas somente a força da gravidade.

Sinto falta disso tudo, sentia que lá era o meu lugar, lutando contra forças malignas. Hoje não lembro como é realmente se sentir assim.

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