Pra quem não conhece a Meg Cabot ela é uma escritora Americana, escreveu as séries: "O Diário da Princesa" e "A Mediadora", ela é minha escrita favorita e sou apaixonada por esse texto que a mesma fala como ela decidiu começar a escrever:
"AMO
O VERÃO. É CALOR, FÉRIAS E, DE REPENTE, OS GAROTOS ESTÃO TIRANDO A CAMISA. Na
adolescência, eu amava ficar na piscina com um bom livro... Meu problema era
que, quando vinha um desses garotos até minha amiga Julia e eu, ele era tão...
Imaturo. Não tinha nada a ver com aqueles que apareciam nos livros que eu lia.
A Julia falava que eu não estava sendo realista. "Então
eu não posso esperar que me liguem quando eles me dizem que vão ligar?", perguntava. "Os
caras dos livros são inventados",
ela respondia. "Não espere esse tipo de perfeição na vida
real". Percebi que a Julia estava certa. Os garotos dos
livros eram inventados. "Sabe o que eu devia fazer", disse, inspirada. "Sempre
amei escrever: Por que não criar meu garoto perfeito e colocá-lo na minha
história e tentar publicá-la?" "Você é louca", disse Julia. "Suas
notas em inglês são horríveis. E você só tem 16 anos. Jamais iriam publicar um
livro seu." Era verdade, minhas notas em inglês eram péssimas.
Não sabia o que era gerúndio e Julia era muito melhor que eu em análise
sintática. Julia tirava As, enquanto eu, Bs. E mais: minha família não tinha
PC (naqueles dias, era muito caro, poucas casas tinham). Eu sabia que, para
ser uma autora, eu teria que digitar meu manuscrito, enviar nos editores (que
provavelmente o rejeitariam), antes de achar aquele que pagaria pela minha
obra... Só porque meus pais acreditavam que dar o básico a seus filhos (comida,
casa, educação) bastava, eu ia ter que ganhar meu próprio dinheiro para comprar
meu PC (ou uma máquina de escrever elétrica). "O que você vai
fazer?", Julia debochou, espalhando bronzeador. "Parar de vir
à piscina, arrumar um emprego e começar a escrever seu romance bobo?" Eu consegui um emprego no dia seguinte. Ia cuidar
de duas garotas o dia inteiro, enquanto os pais delas trabalhavam. Elas eram
umas fofas. Amavam brincar de Barbie e isso me ajudava a trabalhar nos
trechos do meu livro em que eu estava bloqueada... Ainda que isso rendesse
perguntas estranhas dos pais delas, tipo: "Por
que a minha filha está falando que o Ken é um fantasma chamado Jesse e que a
Barbie é uma médium?" Ops. A briga que Julia e eu tivemos quando parei de
ir à piscina todo dia (exceto nos fins de semana) foi épica. "Por que você está fazendo isso", ela ficava perguntando. "É irreal, você nunca vai ganhar dinheiro para
comprar um computador e ninguém vai publicar seu livro. E você não vai arrumar
um namorado andando com duas crianças o dia todo." Nossa
briga durou para sempre. Ficamos brigadas na escola e nos verões seguintes. (Peguei
o mesmo emprego, todo verão, por seis anos.) Não culpo Julia por ficar brava,
mas ela estava errada:
•
Arrumei um namorado. Ele era engraçado e cuidava de mim.
•
Eu ganhei dinheiro o suficiente para comprar meu PC. Mas meus pais ficaram tão
impressionados com meu esforço que me deram um...
•
Sim, publicaram meu trabalho. 75 livros e ainda estou contando...
•
Nem todos os caras perfeitos são inventados. Às vezes, eles são apenas muito
tímidos para tirar a camisa.
•
Para compensar todos os verões que eu passei trabalhando, comprei uma casa com
piscina na Flórida, onde o verão nunca acaba.
E
a Julia, bom, ela leu todos os livros que eu escrevi.”
Muito bom pra quem (como eu) sonha em um dia publicar um livro né?
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